Devemos nos apropriar de nossas cidades.
Foto:Igor Freitas Lima |
São nelas que nossas
histórias são construídas, nossas vidas se entrelaçam com outras
vidas. Onde as emoções do dia a dia são registradas por uma
memória viva que dá sentido e identidade ao nosso eu coletivo.
A minha cidade é rica e as crianças andam com os pés em valas
abertas, a minha cidade é grande e adolescentes são mortos nas
esquinas, a minha cidade é bonita e destroem suas histórias com
novas lojas nas antigas avenidas, a minha cidade é verde e das
chaminés sai a fumaça que mata toda uma civilização.
Eu moro em Duque de Caxias e quero ver as crianças correndo nas
praças, os adolescentes em bando dançando e cantando pelas
calçadas, quero meu patrimônio como história viva, quero o verde
da mata atlântica como parque de uma cidade que é plural.
Foto: Walter Campanato Abr |
Quero o desenvolvimento consciente que respeite a Baia de
Guanabara e os rios que nela deságuam. Quero um ar mais puro e o
orvalho das manhãs da minha Baixada.
Que as vozes se levantem e as mensagens se multiplique, as praças
sejam ocupadas e das velhas cardeiras carcomidas pelo tempo do
mandonismo e da corrupção sejam tirados aqueles que se proclamam os
donos das cidades.
Foto: Igor Freitas Lima |
Que cidadãos insanos instalem a democracia e a participação.
Que os velhos discursos sobre a ordem sejam derrubados com
mensagens, vídeos, fotos, mídias e todos os instrumentos
tecnológicos das novas gerações.
Tomemos as nossas cidades porque não nos falta consciência e
paixão!
Eduardo Prates
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