terça-feira, 29 de maio de 2018

Papo com Vinhais


Papo com o caro professor Vinhais no Facebook


José Carlos Vinhais Prezado Mestre, acho que cabe-me sugerir uma reflexão.
Mesmo com a citada queda, PETR3 fechou em R$ 22,23.
Na época do ex-presidente, ela teve um preço médio de apenas R$ 15,00.

Pessoas que não entendem do Mercado de Ações podem ser influenciadas equivocadamente pela postagem.
Proponho que outros argumentos sejam utilizados...


José Carlos Vinhais Em tempo, o valor mínimo histórico da companhia ocorreu em fevereiro de 2016, quando sua ação fechou em impressionantes e ridículos R$ 5,91.
Lembra quem era a presidente ???




Eduardo Prates Olá caro professor José Carlos Vinhais, fico feliz com seu comentário e é uma ótima oportunidade para esclarecermos alguns pontos importantes desta crise, o que não é possível fazê-lo em post tão curtinho. Desculpa a demora da resposta, estou sem carro e cheguei muito tarde em casa depois da aula. Meio sonolento, mas vão aqui alguns comentários ligeiros e fica o convite para um papo depois.

Primeiro faço uma análise bem geral e rápida e depois me alongo um pouco mais, já que a crise tem que ser analisada em uma perspectiva de curto e médio prazo.

Vamos lá,
O primeiro ponto é um dos mais delicados e reflete a falta de responsabilidade com o país em meio aos acordos fechados com o mercado internacional e a disposição do governo atual em dar garantias de dividendos com base no alinhamento à dinâmica de ações ordinárias com altos e rápidos spreds, o que coloca o planejamento da Petrobras pautado em duas âncoras: a primeira, a variação do mercado e o investimento de curto prazo para oxigenar a empresa e a, segunda, disponibilidade de cobrir a fuga de recursos com as reservas e com recursos do tesouro. Aqui, há um desafio grande a ser enfrentando, tanto do ponto de vista ideológico como mercadológico.

Mercado e o canto da sereia

Não nego o mercado, só considero a sua artificialidade e a certeza que ele é determinado e segue a dinâmica de quem domina as regras do jogo e tem a posse da bola. Assim, sabemos que ações estão sujeitas aos ganhos e perdas, porém, não há nada de natural no seu movimento. As recentes crises que afetaram os EUA, a Europa e, também, o Brasil têm mostrado que a raiz de toda crise está associada, menos a má gestão do que, a disposição em maximizar o lucro de agentes que preocupam-se pouco com os efeitos sociais de uma crise de forte impacto econômico. A concentração de renda dos últimos vinte anos evidência que os dividendos são privatizados e os prejuízos socializados, a inversão disto é um pecado capital para muitos que consideram o mercado como um ente (sobre) natural. O movimento de perde e ganha é igual uma roleta russa que está sempre com o cano na cabeça daqueles que se dobram as regras do mercado.


Ordinárias e Preferenciais

Sim, as ações PETR3 vem sendo mais procuradas nos últimos dois anos e, também, são as ações que se movimentam de forma mais rápida. Vão e voltam ao país, toda vez que os gestores garantem que o tesouro vai cobrir os prejuízos. Foi o que aconteceu ao fim do dia, quando o presidente da empresa, os ministros da fazenda e planejamento acenaram aos mercados que dariam cobertura ao movimento e garantiriam a continuidade da politica de mercado da empresa. Podemos conversar como as preferencias estão sendo transformada de curto prazo e o prejuízo contido nesta jogada e que pegou de surpresa muitos investidores que não irão se contentar com dividendos tão próximo. Esta é outra bomba para as próximas semanas.


Agência de Risco

Devemos destacar o papel das – com perdão da palavra – cafetinas do mercado, as agências de risco. Veja bem, a Standard & Poor’s que ficou toda borrada pelo subprimes, ou a bolha imobiliária, norte americana e que paga lá, nos eua, pelos seus “erros”, aqui foi, também e muito, responsável pela queda das ações no governo Dilma e vem dando notas positivas condicionadas a entrega de setores estratégicos do Brasil ao mercado, como a previdência aos bancos, petróleo as petroleiras e o setor de energia e construção para as americanas e chinesas. Toda vez que o Brasil entrega um pedacinho ganha nota azul, ai os investidores vem.


Governo Lula/ Dilma

Na gestão passada, este movimento não ocorreu da mesma forma porque o governo comprou parte das ações tendo como expectativa a subida de preço do petróleo e havia a insegurança divulgada no jornal da manhã, das onze horas, de meio dia e uma hora da tarde, das sete e das onze da noite. Fora, é claro, as entradas especiais com um novo fato contra a empresa e a chamada de madrugada com o resumo do dia anterior e as tragédias do dia seguinte. Não havia como dar seguranças aos investidores com a campanha que fizeram contra a empresa e assim, a volatilidades das ações superava o planejamento, o que fez milhões em fgts ser pulverizado.


Bem, a afirmação inicial do texto acima pode levar, em tese, a uma comparação errônea em relação as ações do governos anterior e do atual governo em dividir os prejuízos da empresa com a sociedade; bem como, a disposição de encobrir erros do planejamento e a dependência da empresa em se submeter a política macroeconômica. Falaremos mais adiante sobre isso.

O segundo ponto, é que o valor de banana que as ações chegaram ao final de 2016 estão associados a três fatores que foram catastróficos para a empresa, mas que, também, se refletiram nas indústrias e na cadeia do petróleo pelo mundo.


3 Pontos da Crise

Tendo a começar pela ordem inversa das análises comuns em relação a combinação destes fatores: O primeiro, a maior campanha de difamação midiática que uma empresa brasileira já sofreu e, talvez, a maior difamação que uma empresa já sofreu no mundo. Se considerarmos todo o mal e todos os escândalos já produzidos e abafados pela ExxonMobil, a Shell, a Chevron e British Petroleum, os casos de corrupção de governos, o lobby em seus países, as guerras que já mataram milhões de jovens na África e Ásia, os governos ditatoriais sustentados pela posição estratégica do petróleo, os vazamentos e acidentes de petróleo e derivados, a espionagem industrial, e os problemas com os outros produtos da cadeia energética onde elas atual, a Petrobras é uma guerreira e sobrevivente ao disputar com as grandes.

Ela não só disputou no mercado mundial, mas tomou lugar de algumas destas empresas. Acho que você lembra que os segredos, estratégias, campos, potencial de exploração e dinâmica de investimentos da empresa estavam nos documentos vazados pelo ex-agente americano e que o interesse de Estado é o interesse das empresas daquele país e de seus sócios.

Este fator nos conduz ao segundo ponto: o planejamento estratégico desenvolvido pela empresa que estava associado a transformação que o país e a própria empresa sofreu ao sair de um valor de mercado de 15 bilhões, em 2002 para mais de 340 bilhões em pouco mais de uma década. Meu caro Professor, acho difícil encontrarmos um caso de tanto sucesso quando olhamos o posicionamento estratégico da empresa associada a política macroeconômica. Com isso não estou dizendo que não houve erros, excessos ou graves problemas de gestão ou mesmo de corrupção. Esta é uma longa conversa e que tem muitas nuances, sobretudo, quando analisamos o nosso caso e comparamos com outras empresas privadas que sofrem dos mesmos problemas.

No entanto, a questão central aqui é que o planejamento e os investimentos da empresa estavam ligados aos fatores externos e internos, com demandas puxadas pela china e com uma forte pressão do mercado de consumo brasileiro, associado a uma política distributiva. Desta forma, os investimentos alimentavam uma cadeia produtiva que incentivava outras cadeias de produção industrial, comercial, financeira e de serviços que se descentralizava pelo país onde as operações da cadeia petroquímica se desenvolvia. Sim. Com certeza ocorreram muitos erros de atrasos de obras, superfaturamento e tantos outros, mas, também, eu lembro, por exemplo, dos nossos alunos invadindo as faculdades, cursos técnicos e procurando formação para o mercado de trabalho.


Orgulho das sandálias Havaianas

Impressionante que vivemos um longo momento de entusiasmo que se espelhava por todo país. Este fator é determinante para entendermos qual o papel de uma indústria do tamanho da Petrobras para a promoção do desenvolvimento do país. Sempre que passo por dentro do campus da ufrj me impressiono com a associação ciência, tecnologia, laboratórios e investimentos e, como ali, me solidifica a certeza que investimentos para desenvolvimento em tecnologia em um país em desenvolvimento só ocorre por empresas estatais, já que empresa estrangeira não vão querer gerar royalties para o seu país. Exemplo, foi o recente setor de defensivos agrícola da Petrobras “doados” as empresas estrangeiras. Eles adoraram receber tantas pesquisas de ponta de mão beijada.


O último fator é que em 2016 o petróleo despencou em nível mundial chegando ao seu valor mais baixo, com $30,00 dólares o barril. A conjugação de fatores que provocaram a queda do valor do barril do petróleo não cabem aqui, mas é importante frisar que provocou prejuízos em todo o mundo e que as empresas de energia que apresentaram lucro não decorreu da cadeia petroquímica.

Java Jato + campanha ostensiva midiática + queda do preço do baril do petróleo + política de investimento impactada pela queda da demanda interna e externa, provocaram o crescimento da dívida e das quedas das ações. Resultado, empresas estatais de outros países e as grandes do petróleo compraram ações, ativos, pré-sal e parte significativa de setores antes estratégicos da empresa.


Governo Temeroso

Por fim, cabe uma análise do cenário mundial atual e de como a política desenvolvida pelo Temer, pelo Pedro Parente – com longo histórico de serviço de vendas de riquezas nacionais a empresas estrangeiras, pelas pastas da fazenda e planejamento ser uma espécie de desmontagem de nosso potencial produtivo, doação de ativos e condenação à miséria de milhares de brasileiros.

Ao contrário de 2016 onde o modelo de aquecimento do mercado estava cansado, quando a china parou de alavancar as commodities e que parte considerável da sociedade brasileira já tinha trocado geladeira, carro, eletrônicos e tantos outros produtos provocando um desaquecimento do mercado; o cenário atual é marcado por uma subida progressiva do preço do barril de petróleo, reaquecimento do mercado europeu e norte-americano. Diversificação dos investimento da china e paulatina subida do mercado oriental. O realinhamento da Rússia em relação ao setor energético impactando nas guerras do oriente médio e na revalorização do petróleo que já chega a mais de $70 o barril. Cenário bem diferente para os caras oferecerem tanto dinheiro aos investidores.

Quanto ao cenário interno e a gestão de nossos ativos acompanhamos a progressiva entrega dos setores estratégico do setor energético. Com sucateamento e “doações” de navios, poços de petróleo, sondas, diminuição do refino e compra de petróleo e derivados como forma de pagamento dos setores transferidos as empresas estrangeiras. Soma-se a este saco de maldades, a política de alinhamento ao mercado internacional, o que garante as empresas que entrarem no país a continuidade da política de preços atrelada a variação da commoditie; mesmo que internamente a inflação seja baixa ou até, quase negativa. Importante notar que é baixa porque estamos em crise. Quer dizer que, mesmo com a economia estagnada e o desemprego seja crescente o preço da gasolina e do diesel e derivados vão subir, já que devemos honrar o suicídio determinado pelo mercado.

Brasil em Perspectivas

Se levarmos em consideração que o mercado internacional está se aquecendo enquanto estamos congelando, o cenário será cada dia mais trágico com ciclos de instabilidade política tão curtos e diários que nos levará a um profundo colapso institucional. Já cresce o número de pessoas que querem abrir mão de sua liberdade para entregar a um governo tirânico qualquer. Sintoma da crise que se arrasta por muito tempo, após um curto período em que o Estado cumpriu duas funções básicas: alocação de serviços com distribuição de rendas. Se levarmos em consideração que tivemos quinhentos anos de transferência de riqueza para as elites, 12 anos de políticas sociais promoveram uma breve revolução… mas este é um outro papo, polêmico e importante de ser realizado.

Desta forma, a diferença que há entre as ações ordinárias, as preferenciais, a gula do mercado, o valor de mercado das ações, o sucateamento da empresa e o futuro dos transportes, bem como da Petrobras estão muito mais ligado ao Fora Temer do que as expectativas psicologias da (ir)racionalidade do mercado com sua roleta russa.


Obrigado pela oportunidade do diálogo

Será um prazer sentar para um café e pensarmos em um seminário ou palestra com diferentes pontos de vista sobre as perspectivas do país. Acho importante levarmos algumas análises para nossos alunos e ajudá-los, e a nós mesmos, na construção de cenários para planejamento de suas vidas, carreiras e cidadania.
 
Meu fraternal abraço.

Tentei, por duas vezes responder no facebook, avisou que meu texto estava em análise. Credito o fato ao nome das empresas envolvidas. Já era duas horas da manhã, tinha que acordar as cinco para trabalhar, postei aqui.

sábado, 26 de maio de 2018

O Tragicômico da Greve dos Caminhoneiros

É cômico... Muito. Porém é trágico e muito ameaçador... Pior, "com supremo e tudo".

Os comunistas, petistas, esquerdistas foram acusados de todas as baboseiras possíveis e inimagináveis. A bem da verdade, muitas manifestações foram feitas por muita gente que nem sabia distinguir a CBF da bandeira do Brasil.

O país nunca teve um capitalismo tão vigoroso e pungente como no período do PT, e não que eu concordasse com tudo que foi feito - acumulei muitas críticas, porém, foi um grande momento da sociedade brasileira, no qual milhões e milhões de seres humanos saíram da linha de pobreza e uns tantos outros milhões viraram classe média.

Passado o período de ouro, entramos em uma crise econômica e, a reboque, uma crise política que nos lançou naqueles dramas cíclicos da história política do Brasil. A questão é que sob o calor da histeria manifesta no recalque descontrolado das classes altas que contaminava a tradicional classe média - que se sentiu ultrajada pelas hordas de bárbaros vindos das classes C e D e que invadiram aeroportos, shopping centers, filas de teatro, cinema e desfilavam de carro -, as elites conservadoras alarmavam o país para a possibilidade dos comunistas tomarem às propriedades privadas e transformarem o Brasil em Cuba ou Venezuela. Isto não ocorreu, ao contrário, os golpistas levaram o país a um processo de crise, ainda maior do que aquele enfrentado no último ano do governo Dilma.

Agora, o governo desfere uma nova ofensiva contra o povo e o empresariado que apoiou o golpe revelando o lado mais sombrio e carrasco do processo de desconstrução das instituições democráticas do país, a legitimação do uso da violência contra os movimentos grevistas e usurpação de bens privados.

O governo Temer acabou de decretar a requisição de bens privados, isto é a tomada obrigatória do bem para uso do governo. O ministro da defesa alega que é constitucional e ameaça quem se negar em obedecer as ordens que levarão ao enorme prejuízo para toda a sociedade.

Viu o que dá plantar um golpe? 

Perceberam quanta gente foi feita de massa de manobra e como as frases feitas por agências de propaganda e pelo MBL contra o PT, a Dilma e o Lula foram para aproveitar da ignorância, dos preconceitos, e de toda confusão mental das classes médias que se sentiam ameaçadas pelo crescimento da violência e pelo zica vírus? 

A ameaça da microcefalia jogava por terra os doze anos de crescimento que o país vivenciara e a maior distribuição de renda entre as nações em desenvolvimento dos últimos cinquenta anos.

Em meio a atual crise, afloram alguns questionamentos obrigatórios e a constrangedora falta de resposta:

Tem dancinha na Paulista e barracas de acampamento na FIESP nestes dias em que os caminhoneiros estão parando o país?

O MBL têm dado declarações de apoio aos transportadores?

Tem gente gritando em posto de gasolina ou chorando na tv porque está perdendo tudo por conta do desabastecimento e a inflexão do governo?

Diante do maior prejuízo da Petrobrás, de todos os tempos, os especialistas ligados às multinacionais do petróleo falam que o caminho tomado pelo Pedro Parente está correto e que a empresa tem gordura para queimar. Note bem, o futuro acionista aconselha a empresa a queimar mais reservas e se endividar mais para não ferir as regras do mercado.

A maior TV do país negocia com o governo e com os empresários dos transportes. Ela jogou contra o governo dois dias. Agora fala que a culpa do caos é dos empresários dos transportes. Pior, o Arnaldo Jabor disferiu a fala condenatória acusando que a greve era culpa da Dilma, no Jornal da Noite, e que os grevistas vão quebrar o país. Isso mesmo. Depois de dois anos, o Arnaldo Jabor teve coragem de falar que a culpa é da Dilma.

Os mesmos empresários que fizeram o caos em 2015 e 2016 e que promoveram o locaute contra a Dilma por conta da gasolina ao preço de R$ 2.60, agora fazem uma nova mobilização, mas em função do preço do combustível a R$9.30, em muitos postos do país.

Enquanto o Diesel, no período da Dilma, era vendido a R$ 2.00, agora com o Temer e com o regime flutuante do mercado ultrapassa os R$ 5.00.

E diante deste cenário as perspectivas vão se tornando cada dia mais sombrias e o tragicômico acontece pelas estradas do país.

Aqueles que pediram intervenção militar, conseguiram!


Tiveram sucesso!

As Forças Armadas já estão endurecendo com os caminhoneiros. Cena tragicômica, passou agora no jornal, caminhoneiro apanhando na frente do caminhão com faixa cuidadosamente amarrada e desenhada com pedido de intervenção militar.

Levantemos... Dias sombrios a frente.

Talvez vocês não saibam, o Senado Federal, na quarta-feira, dia 23/05, aprovou, às escondidas, regulamentação das eleições indiretas para presidente da República e vice. O projeto foi aprovada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

E o Supremo Tribuna Federal liberou o uso das Forças de Segurança para acabar com a greve. O Ministro do Supremo indicado por Michel Temer, Alexandre de Moraes, liberou o uso das forças de segurança para desbloquear as estradas e rodovias de todo o país, a pedido do presidente da República, com ameaça de multa de R$10.000 por manifestante e R$ 100.000 para os sindicatos por dia de paralisação.

Projetos antidemocráticos e violentos sendo apresentados sem pudor pelo presidente, por ministros, parlamentares e pelos membros do supremo, forçando estender o golpe para mais um ou dois anos. Até, quem sabe, o Lula não seja mais uma grande ameaça.

"É preciso estar atento e forte."

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Lava Jato + Temer, o Brasil descendo a ladeira



Só para pensar...



Não se pode negar alguns avanços e a importância da Lava Jato. Porém, Lava Jato com o Governo Temer é o Brasil descendo a ladeira.


www.euqueroinvestir.com
Quatro dias da má gestão do Temer gerou um prejuízo maior do que todo o volume de dinheiro desviado da Petrobras em mais de uma década.


As ações da empresa despencam e o governo prepara setores estratégicos para serem vendidos para empresas internacionais. A preço de banana. Empresas estrangeiras serão presenteadas.


A força nacional de segurança e o exercito foram mobilizados contra a
www.caminhoes-e-carretas.com
população, com ordem para agir com força contra aqueles que se revoltarem com o valor da gasolina superior aos cinco reais e a disparada do diesel.


O cenário fica pior a cada dia e depois de dois anos de governo Temer, reforma trabalhista que gerou milhares de desempregadas, ameaça a privatização do setor elétrico, venda do pré-sal, congelamento dos investimentos em educação, saúde e em políticas públicas e sociais, tem gente que pede intervenção militar e ditadura.


A pauta do governo golpista de semana que vem será de privatizar e vender ativos lucrativos do Estado para equilibrar as contas públicas.
                                                                  
                                                          Eduardo Prates

terça-feira, 22 de maio de 2018

PRÉ-CONFERÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO APRESENTA AÇÕES PARA CAXIAS


PRÉ-CONFERÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO APRESENTA AÇÕES PARA CAXIAS


A Câmara Metropolitana do Rio de Janeiro realizou no dia 09/05, sua quinta Pré-Conferência de Duque de Caxias do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (PDUI/RMRJ).

A Pré-Conferência foi marcada por um grande debate e por diversos questionamentos da sociedade civil quanto ao processo de convocação das reuniões anteriores. 

Estiveram presentes na sessão diversos membros do poder público, representantes da sociedade civil, além de participantes dos movimentos populares e de estudantes e pesquisadores da temática metropolitana. 

A apresentação dos Programas de Ações Prioritárias (PAPs) para o PDUI/RMRJ foi realizado com certa polêmica e questionamento da orientação dada as escolhas do processo de integração da Câmara Metropolitana.

 
Após uma ação coordenada dos representantes dos movimentos sociais, foi fechada e apresentada uma lista de 10 nomes para aclamação com relação aos membros que deveriam representar a cidade de Duque de Caxias. Apesar do positivo resultado, a pré-conferência evidenciou as dificuldades e desafios enfrentados pelos movimentos sociais em participar dos múltiplos processos de escolha de representantes dos conselhos de acompanhamento das políticas públicas.

As cinco vagas restantes ficaram a cargo do governo que deverá enviar seus representantes.
 
Os membros eleitos na Pré-Confêrencia participará como representantes do município na I Conferência Metropolitana, no dia 26 de maio. 

A prefeitura de Duque de Caxias será representada pelos secretários de Urbanismo e Habitação Leandro Guimarães e de Obras, João Carlos Grilo entre outros membros da gestão municipal.


quinta-feira, 15 de março de 2018

O Brasil não é para principiantes.


Judiciário em manifestação para garantir o auxílio-moradia.
 

Que país é este? Que elite é essa?

Quão constrangedor está sendo viver aqui.

Neste momento de revolta e consternação com a morte da Marielle - outra mulher, negra e favelada assassinada por lutar contra os esquemas da máquina de revolta e opressão -, o judiciário faz uma manifestação para garantir o auxílio-moradia da categoria por todo país

É isso... isso mesmo... O judiciário está se manifestando a favor do seu auxílio-moradia com a frase esdrúxula: "o período da escravidão acabou". 
 

É sério, os magistrados estão reunidos neste momento para defender seu auxílio-moradia e comparam as suas condições de trabalho com a dos escravos do Brasil do período escravagista.

É constrangedor, é vil, é facínora esta relação abissal entre a maioria da população na miséria e os grupos privilegiados que se mantém e se reproduzem no poder.

Pior e mais estarrecedor e ver surgir, como iniciativa da justiça e dos arautos bancarrotos da moralidade e da corrupção a iniciativa de manter esta sociedade de castas.

Acabou o respeito e o disfarce de constrangimento à violência a dignidade humana e aos nossos direitos. Eles nos violentam, eles nos matam, eles escravizam, eles se matem no poder e garante o futuro dos seus filhos como predadores do Estado.

A culpa é deles e não nossa, o povo.

#vamosparaarua
#manifestacaopopularporjusticaedemocracia

domingo, 4 de março de 2018

O Funk mandando seu recado para um Rio Pré-Intervenção


Entrada do Independente do Lote XV, Belford Roxo
Eu era um cara da Baixada e que vinha dos bailes de funk do Lote XV, em Belford Roxo, Farolito de Caxias, Paratodos da Pavuna, Signos e Giros de Nova Iguaçu e várias outras quadras que a massa funkeira frequentava nos encontros de pequenas e grandes equipes de som, mas que, também, estava como estudante de ciências sociais da UFRJ. 

Viver a baixada com todos os seus contrastes e peculiaridades em relação a desigualdade, pobreza, redes de relações colaborativas, violência e ser estudante de uma das maiores universidades do país era algo estranho e que me colocava entre mundos. Eu perdia parte da naturalização que existia no meu olhar sobre as condições sociais e econômicas que vivera até ali e despertava para uma espécie de consciência que gerava um desconforto, um desencanto, em relação a dinâmica histórica e social da Baixada Fluminense. Por outro lado, sabia que o mundo universitário era algo distante, com regras e cobranças, com níveis de dificuldades e assimilação bestante desafiadores para mim, o primeiro a entrar na universidade e que vinha do seio de uma família não letrada; de mãe e tias empregadas domésticas.

Paratodos da Pavuna
Pelo meu grau de comprometimento, já não podia ter medo e tão pouco me dar ao luxo de permitir ser tomado por dúvidas se poderia ou não seguir o processo de desconstrução da natureza desigual que inculca os jovens da periferia quando frequentam o mundo acadêmico.


Em que pese o meu interesse prematuro pela ciência política, encontrava em algumas obras da sociologia e da antropologia maior incentivo ao exercício de desconstrução conceitual e maturidade para ler os clássicos das ciências sociais. No entanto, foi na literatura da antropologia urbana que percebi uma afinidade, um sentido; aquela empatia que certamente te faz se dedicar com mais energia e prazer na difícil arte de aprender a estudar e construir relações entre os clássicos e os fenômenos da vida cotidiana. 


Adicionar legenda
Entre diversas obras, destaco a tese de mestrado do Hermano Vianna, O Baile Funk Carioca: Festas e estilos de vida Metropolitanos. Estava tudo ali - escrito da melhor forma e em cenas - o que eu sentia como um cara da Baixada e um estudante das ciências sociais. Eram análises rápidas que davam sentido ao meu processo de formação e que me alertavam para o fato de ter acertado na escolha das ciências sociais. A apreensão dos instrumentos conceituais e das categorias de análise permitia que eu conseguisse enxergar o exercício de descolamento das teorias das suas datas e o emprego das técnicas de observação e análise dos conflitos urbanos na metrópole fluminense.
Peroba Dj dono da Equipe Califórnia.

Naquele momento, ganhava sentido para mim a narrativa da periferia que tomava corpo e volume ao invadir o imaginário carioca, em meio a crescente crise urbana que violentava as favelas e baixada do Rio de Janeiro. A conflituosa dinâmica da metrópole com profundos problemas de falta de moradia, infraestrutura urbana, saneamento básico e oferta de serviços de educação, saúde e assistência empurrava diariamente milhares de pessoas para as crescentes favelas e os terrenos retalhados da Baixada Fluminense.
 Funk Rio (1994) Documentário CECIP

Em meio a invisibilidade dos dramas cotidianos das horas perdidas no transporte público na Avenida Brasil e nos Trens da antiga CBTU e da FLUMITRENS, nas enchentes que tragavam vidas e esperanças na Baixada Fluminense e na Maré, na falta de água dos morros e no descaso e banalidade das mortes de pretos, pobre e favelados nos conflitos entre facções e com a polícia, o funk ganhava espaço nas mídias através de horários comprados nas rádios e tvs.
 

A antropofagia dos funkeiros reagia a todas as formas de abandono do Estado e a violência crescente que dava sinais de que um dia toda aquela desigualdade, energia represada e necessidade de viver provocaria conflitos e serviria como manifesto poético reverberando a expiação social do purgatório fluminense.

O funk invadia a casa das classes médias e tomava de assalto o imaginário suburbano levando a mensagem que à violência do cativeiro um dia seria transbordada. Ao mesmo tempo que promovia a esperança para milhares de jovens que, sonhando em ser um MC, se recusavam a seguir o destino naturalizado pela força da máxima expropriação do trabalho e da miséria, a marginalidade.

Se fizermos uma análise rápida sobre as manifestações artísticas e a força da mensagem no discurso, na narrativa do funk, perceberíamos que por baixo da colcha de favelas e da retalhada periferia estava sendo gestado um imenso território conflagrado pela combinação de abandono, violência, naturalização da pobreza em níveis desumano e uma resistência viva e heroica de jovens que não queria mais baixar a cabeça para o desmando do Estado.

Entre tantas músicas que expressaram o grito da periferia e dos favelados destaco a síntese contida na letra do MC Bob Rum, que em 2003 lançou o Rap do Silva.


 Apresentação do MC Bob Run no programa da Furação 2000


 Texto Hermano Vianna:

www.overmundo.com.br/download_banco/o-baile-funk-carioca-hermano-vianna

https://www.goodreads.com/book/show/716543.O_Mundo_Funk_Carioca

Fontes:
http://blogdolotexv.blogspot.com.br
http://acervodosbailes.blogspot.com.br/2011/05/a-estrutura-de-um-baile-funk-nos-anos.html


sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Intervenção Federal no Rio de Janeiro decidirá a eleição 2018


O Governo Federal corre para deter o vexame de não conseguir votos suficientes para a reforma da previdência e, ao mesmo tempo, garantir que a máquina eleitoral do PMDB no Rio de Janeiro continue de pé.

Diante do desmoronamento do PMDB no Rio de Janeiro, o governo federal se apressa para resolver dois importantes problemas que fazem o Governo Temer sangrar diariamente: a progressiva diminuição da base parlamentar disposta a mergulhar no desgaste político ao votar com o governo na reforma da previdência e, também, a ameaça do partido de perder a base eleitoral que tem no estado e que garantiu as reeleições consecutivas de Sérgio Cabral e Pezão.
 
A crise do Rio de Janeiro, tem levado o governador Pezão a entregar a gestão para seus partidários, que, por sua vez, estão subordinados aos empresários do crime organizado, como afirmou o ministro da justiça Torquato Jardim, e aos empreendedores que predam as receitas governamentais com isenções fiscais e os benefícios que acumulam com a propositada falta de gestão.
 
O Rio de Janeiro é o principal colégio eleitoral do atual MDB e sofre com o prenúncio de que sofrerá sua maior derrota eleitoral das duas últimas décadas. Como os votos do Rio de Janeiro decidem a eleição presidencial, o governo tenta dá uma cartada final para fugir do constrangimento de não ver a Reforma da Previdência aprovada e aumentar o seu desgaste frente a crescente insatisfação da população. O fato é que a intervenção impede que a Constituição seja alterada é, portanto, que ocorra a votação para a reforma da previdência.
 
Contraditoriamente, é um chileno-carioca e presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, o maior interessado na Reforma da Previdência. O alinhamento de Maia com a pauta do mercado, já foi afirmada pelo próprio deputado que quer conduzir a toque de caixa as reformas de grande interesse dos grupos financeiros e empresariais. Maia tem sido um grande aliado do governo Temer ao movimentar as votações do congresso de forma a beneficiar Temer. Porém, a intervenção no Rio de Janeiro, gera um desgaste dos aliados, porque coloca em risco os planos do presidente do congresso para concorrer ao governo do Rio de Janeiro.

A intervenção tomará as rodas de conversas e permitirá que os defensores do autoritarismo avistem, neste movimento do governo federal, um passo maior para qualificar o discurso conservador que o estado fluminense precisa para reconquistar a ordem. Por outro lado, uma parcela da esquerda começará a identificar a trilha para um golpe dentro do golpe e a clara ameaça as eleições presidenciais de 2018.
 
De toda forma, pelo bem ou pelo mal, o Rio de Janeiro decidirá o futuro do país este ano.


Orçamento da Cultura da Baixada Fluminense: fomento, produção, difusão e circulação da cultura na BF Levantamento, análise e relatório de in...