quinta-feira, 27 de abril de 2017

Política da terra arrasada, pragmatismo e predação do Estado.


O cenário político nacional é amargo e está preso a dois problemas estruturais do país: o primeiro ligado diretamente aos efeitos da crise mundial que abateu a economia nacional , o que levou a uma profunda dificuldade de financiamento do Estado e de grandes investimentos do setor público nas áreas sociais; o segundo, está ligada a exposição dos vícios privados e públicos que se materializam em uma cultura da corrupção que passa por todas as instâncias da vida social no país e que ganha contornos catastróficos em meio a um cenário de crise estrutural.
Estes dois elementos permitiram e incentivaram o golpe de estado civil e parlamentar que, sob a égide de diversos interesses privados e de origem internacional reuniu argumentos institucionais e o capital social necessário ao impedimento da Presidenta Dilma Rousseff por parlamentares eivados por processos e com comprovada ficha criminal.


Após o golpe, o território da política nacional tornou-se terra arrasada, o que permitiu aos novos-velhos usurpadores e mandatários construir uma agenda política e econômica carregada de estratagemas com ações pragmáticas com objetivo de redesenhar o lugar da cidadania, do social e dos direitos.
O pragmatismo das ações passaram a dar sentido ao processo estratégico de encontrar um culpado para todos os males do país em um único partido e as operações com objetivo de plasmar as empresas públicas de problemas e deficiências com vistas a privatização passou a ser levada a cabo por políticos e gestores com pecados e interesses ainda maiores daqueles que foram arrebatados do poder. O cenário inicial do Governo Michel Temer, formado com uma cúpula de homens brancos e tarimbados pelos processos de corrupção, pela expertise de pedração do Estado e por membros representantes de grandes empresas do capital privado, era a demonstração clara que a inflexão abateria os interesses básicos da sociedade em decorrência da obscena disposição em levar a cabo reformas que atenderiam aos tão somente do empresariado em detrimento dos trabalhadores e de maior parte da sociedade.


A sanha de dilapidar o Estado encontrou dificuldades nos limites de capitais disponíveis a lógica de predação imediata e assim, os arquitetos políticos do processo de desmonte e expropriação do Estado brasileiro concentraram seus esforços em duas frentes: a primeira centrada na obediência a agenda neoliberal e aos desmonte das empresas públicas – sob os constrangedores argumentos do crescente prejuízo de empresas que tradicionalmente geravam lucros a nação; e o segundo, a diminuição dos direitos sociais com profundas mudanças na constituição cidadã de 1988 e a desregulamentação das leis trabalhistas com aprovação da terceirização, da flexibilização dos contratos, e a progressiva marcha sobre a seguridade social com impactos diretos em seus três principais eixos: a previdência social, a assistência social e a saúde pública.


O atual quadro de crise moral, política e econômica pelo qual passa a nação ganha contornos mais dramáticos no Rio de Janeiro, Estado que tem servido como laboratório de falcatruas e de todas as experiências possíveis de corrupção e que estende sua tecnologia de dilapidação da coisa pública para diversos órgãos e instituições em nível federal, estadual e municipal. No Rio de Janeiro, os mandatários corromperam o Tribunal de Contas do Estado, parte do Judiciário e leva sua tecnologia do crime para os municípios, empresas públicas e desenvolve direta associação com empresas privadas e o crime organizado.


Como efeito de tantas artimanhas praticadas pelos anos seguidos do ex-governador e operador de diferentes quadrilhas, Sérgio Cabral, e seu fiel escudeiro e atual governador, Luís Fernando Pezão, o estado fluminense está quebrado e com um deficit fiscal que supera a casa dos R$ 19 bilhões. A parceria dos governantes do Estado com o crime organizado, através de empresas de diferentes ramos, foi responsável pela montagem de esquemas de corrupção com superfaturamento de obras, projetos inacabados, desvio de verbas públicas, elisão, evasão e sonegação fiscal, além de incentivos fiscais a todo tipo de empreendimento, como joalherias e casas de massagens.
Como resultado de tantos atos ilícitos os salários dos servidores ativos e inativos do estado estão atrasados, foram sucateados e fechados diversos postos de saúde e unidades hospitalares, as instituições de ensino agonizam com falta de recursos e condições de desenvolver suas atividades pedagógicas de ensino, pesquisa e extensão, além de promover o completo desmantelamento da segurança pública e os sucessivos erros de uma política de segurança que tem promovido a conflagração de um cenário de guerra por todo o Estado.


O pragmatismo de nossos políticos não está ligado ao pragmatismo de Maquiavel e sua concepção de virtú do governante - como aquele que assegura a existência do Estado. A frase não dita por Maquiavel que “o fim justifica os meios” ganha contornos particulares e que se encaixam nas práticas de muitos políticos fluminenses e nos empresários que se aproveitam da coisa pública e penalizam o coletivo em função de seus interesses privados.

A sociedade bestializada com tantos desmandos têm dificuldade em reagir. No entanto, está mais do que na hora dos cidadãos começarem a se organizar entre familiares, amigos, grupos de estudo e pressão com o objetivo de controlar o poder público e dar uma nova moral ao pragmatismo neoliberal, tendo como objetivo regatar nossos valores éticos e nossa cidadania.

Artigo publicado no Jornal Imprensa em abril de 2017

O Serviço Social no Campo da Saúde

Aos meus amigos e amigas do Serviço Social, a UNISUAM está com uma ótima programação em relação a atuação do Serviço Social na área da Saúde.

As inscrições estão abertas!!!!

Em tempos de crise, período no qual as políticas públicas tornam-se ainda mais necessárias a sociedade em função do agravamento das contradições entre o capital e o trabalho, o serviço social acumula papéis fundamentais nos seus diversos campos de trabalho. Conhecer seus desafios, limites e perspectivas de atuação é importante não apenas para os profissionais da área, mas, também, para todos aqueles que atuam nas áreas sociais e de fortalecimento da cidadania.

I SEMANA DA SAÚDE 2017 - MESA-REDONDA: SISTEMATIZAÇÃO DA PRÁTICA DO SERVIÇO SOCIAL NO HOSPITAL GERAL DE NOVA IGUAÇU

I SEMANA DA SAÚDE 2017 - EXPOSIÇÃO DE CAMPOS DE ESTÁGIO

I SEMANA DA SAÚDE 2017 - EXPOSIÇÃO DE CAMPOS DE ESTÁGIO

http://aluno-ext.unisuam.edu.br/ambiente-extensao-aluno-atividades-oferecidas/detalhes-atividade/15312


segunda-feira, 3 de abril de 2017

Povo da Baixada sem Medo na Rua



Na Baixada Fluminense diversos coletivos estão se organizando e dando respostas ao rolo compressor do Governo Federal que vem arrancando diversos direitos, como o trabalho e a aposentadoria.


A nova lei da terceirização impõem graves derrotas aos trabalhadores e retira diversos direitos trabalhistas, o que em grandes impactos nas relações de contrato de trabalho. Já a reforma da previdência promove um grande retrocesso na política de seguridade social do país e sentencia a classe trabalhadora a exercer atividades laborais até o fim da vida.


 
Em meio há tantas mudanças constitucionais e derretas sofridas pelas classes mais baixas, jovens, coletivos culturais e novos movimentos sociais se organizam e articulam lutas e defesas de direitos. Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, estes movimentos debatem o nacional e o local e apresentam propostas para o cenário de violência, corrupção e descaso com a sociedade.

Parabéns para os organizadores da Aula Pública: O povo quer se aposentar antes de morrer.

Baixada sem Medo e RUA - Juventude anticapitalista.

Ótima participação de Rose Cipriano, Wesley Teixeira e Marcelo Freixo.

A inquieta juventude da Baixada tem muito o que falar.


E Viva o Povo na Rua sem Medo!

quinta-feira, 9 de março de 2017

Transformação

Cada dia me deparo com um novo desafio, 
uma nova vida, 
um novo momento e um processo constante de transformação. 
O carro para, 
o avião passa, 
os rios sujos e a nevoa sobre a Baia da Guanabana não escondem a beleza das borboletas que voam, 
o desabrochar das flores nos canteiros do asfalto,
os caminhos que me levam a búzios e as estradas tortuosas da serra, 
a inesperada noite do Bistrô, 
a ingenua pergunta de um aluno, 
os olhos d´alma da querida companheira, 
o encanto dos flocos de algodão no céu, 
o transito caótico da Brasil, 
o novo projeto, 
a desavisada beleza que desfila na calçada, 
a conta no fim do mês, 
o contracheque, 
o tiro perdido na página do jornal, 
a criança de mãos ao ar, 
a greve, 
a poesia amorosa do português, 
o mergulho noturno de chopim, 
e o ritmo alucinado dos havaianos, 
o cinema... paradiso 
e a certeza do amor no sorriso de minha filha.  
Eduardo Prates

6 de Junho de 2011

Água é fonte de vida e muito dinheiro


Privatização da CEDAE I

A questão da água no mundo tem servido como pano de fundo para um crescente número de guerras e revoluções. Países, nações e povos que possuem mananciais de água têm sido atacados por guerras ou pela sanha de empresas multinacionais que querem o domínio das fontes, reservatórios e aquíferos. Privatizar e comercializar a água passou a ser o grande negócio do momento. 
Ao contrário dos avanços de perspectivas sociais, realizados em anos anteriores, na qual o acesso a água e ao saneamento básico eram colocados como desafios a serem enfrentados com vistas a garantia da água como um direito humano universal, a nova onda das privatizações que vem varrendo o mundo reconfigura a ideia de acesso e de direto a água como um dos direitos fundamentais à vida.
Fonte:www.saneamentobasico.com.br

A cidade de Duque de Caxias foi colocada no centro deste debate mundial sobre a água com a nova gestão que, iniciou suas atividades com a criação da Central de Água e Saneamento de Duque de Caxias – CASDUC. De acordo com as afirmações – no período eleitoral - do prefeito Washington Reis e da base de vereadores que o apoiara durante a campanha, a companhia municipal é o primeiro passo para o processo de privatização dos serviços de água do município, em que pese os acordos realizados com a CEDAE, e os compromissos assumidos pelas duas companhias em trabalharem em conjunto.

A questão da água é intrínseca ao do saneamento e, em Duque de Caxias, assim como toda a Região Metropolitana, o problema é cada dia maior e multiplica-se em função do crescimento desorganizado e desigual da metrópole. De acordo com o Instituto Trata Brasil, Duque de Caxias apresenta os maiores índices em relação ao número de pessoas internadas com diarreia e problemas decorrentes da falta de saneamento básico.

O problema é complexo e, diferentemente, das opiniões dos defensores da privatização – que tendem a concentrar suas atenções na água -, os especialista em engenharia sanitária descrevem que o saneamento básico corresponde a um sistema com diferentes serviços e ações que vão da infraestrutura e instalações dos processos de abastecimento de água, a montagem do sistema de coleta, o tratamento e destino final de esgotos sanitários (que compreende a rede coletora de esgotos, interceptores, estação elevatória de esgoto, estação de tratamento de esgoto, emissários, ligações domiciliares), além da limpeza urbana, da drenagem e manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais. Os desafios são muitos e os municípios da Região Metropolitana não conseguirão resolver sozinhos os problemas ligados ao saneamento básico.

Fonte:www.ecodebate.com.br
A crescente ameaça de privatização da CEDAE e o processo de municipalização d`água deverá provocar um grande retalhamento no sistema de águas metropolitano, o que impactará diretamente no preço do abastecimento de água, bem como da coleta do sistema sanitário de toda a região.

Em relação a Duque de Caxias, a questão do saneamento básico sofre com a divisão dos processos de captação e distribuição da água é do saneamento básico com a gestão do esgoto; o primeiro, ficando por conta da CEDAE, e o segundo, em tese, sob a responsabilidade do município.

Uma análise breve sobre o problema do acesso a água no município e a implementação de infraestrutura de saneamento revelam duas grandes contradições na nova tendência de privatização da água: a primeira, é que o município possui grandes fontes de água e um considerável manancial, com grande potencial de aproveitamento, mas que historicamente ficou à disposição do município do Rio de Janeiro e que agora tem sido destinado as empresas privadas que vem ocupando áreas estratégicas do município - como no bairro da Taquara, no quarto distrito onde se instalou a fábrica da Coca Cola. A segunda contradição, está ligada ao histórico de baixos investimentos do município em saneamento básico e a grande dependência das iniciativas federal, estadual e dos financiamentos internacionais em relação ao saneamento básico. Isto porque o sistema de saneamento em Duque de Caxias é fundamental para quase todos os municípios da Baixada Fluminense e impacta sobre mais da metade dos municípios da Região Metropolitana. Não há como o município fazer intervenções isoladas sem levar em consideração os efeitos sobre toda região.
Rua Paiva Couceiro, em Belford Roxo, tem esgoto a céu aberto

Em um cenários de recursos exíguos fica a dúvida sobre a capacidade do município em investir no sistema, o que levaria a abertura de concessões e modelos privados de prestação dos serviços. Estas questões são graves e tocam diretamente o direito ao acesso a água e ao saneamento. Se tomarmos como base o modelo de concessão e da prestação de serviços públicos dos transportes, o poder público não apenas irá negociar os mananciais de água da cidade, como, também, permitirá que o capital privado explore e superfature os preços do acesso a água como dos processos ligados ao saneamento. Tal como ocorre no sistema de transporte, a prefeitura tenderá a pagar ao invés de recolher recursos proveniente da exploração dos serviços de saneamento básico e, assim, deverá repassar a sociedade os custos, como no caso da taxa de iluminação pública que é pago nas contas da light, mas que não resulta em uma cidade mais iluminada e segura.

Os defensores do processo de privatização dos serviços de água tomam, comumente, os casos de Niterói e Petrópolis como exemplo, sem levar em consideração as particularidades dos dois municípios e a autonomia de seus sistemas. São gritantes as diferenças entre estas cidades e o caso de Duque de Caxias que é banhada pela Baia de Guanabara e tem considerável parte dos rios, canais, mangues e restingas, que cortam a Baixada Fluminense, localizadas em suas terras baixas. Por outro lado, a cidade imperial e a antiga capital do estado possuem estruturas de saneamento que foram montadas, ainda no meio do século passado distinguindo-se completamente da realidade dos municípios da Baixada e, em especial Duque de Caxias.

:
Foto:  Estefan Radovicz / Agência O Dia
A questão que se coloca é: quem ganhará com o processo de privatização da água e do saneamento básico em Duque de Caxias e nos municípios da Região Metropolitana? O continuo crescimento da Metrópole garantirá a demanda por serviços frente ao expansão da mancha urbana no dinâmico processo de conurbação do território, mas será que a população terá igual contrapartida na qualidade dos serviços e na manutenção das tarifas sociais, já que são territórios marcados por um profundo quadro de pobreza urbana?

Em uma análise superficial dos crescentes e acalorados discursos em defesa do processo de privatização da CEDAE realizados pelos prefeitos e edis da Baixada Fluminense, podemos cair no erro de pensar que o desejo de venda da CEDAE está associado aos grupos empresariais locais e aos “tradicionais” prestadores de serviços públicos destas prefeituras. No entanto, o crescente interesse de empresas do porte da Coca Cola, Nestle, Braskem, entre outras, apontam para um processo de maior envergadura que coloca o município de Duque de Caxias no centro do debate sobre o direito ao acesso a água e os modelos de empresas municipais montados com objetivo de privatizar os recursos naturais.

Saneamento básico é um direito, porém, sob o domínio das empresas internacionais, pagaremos os mais caros preços por nossas fontes de água e a prestação dos serviços. É um dever das novas gestões convocar a sociedade civil para debater a questão do saneamento básico, pois, por este debate passa, também, os problemas ligados a falta de moradia, a ocupação urbana, as favelas e a regularização fundiária, bem como o plano diretor da cidade e, se de caráter democrático ou privatista.

Artigo Publicado no Jornal Imprensa em Janeiro de 2017. Nº 290

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Duque de Caxias no Festival de dança de Joinville




Entrevista da Cia de Dança 
Encontrei a minha querida amiga Silmara no Cinema da Unigranrio participando da Conferência Extraordinária de Cultura da cidade de Duque de Caxias em um dia importante e muito produtivo em que foram definidas novas regras do conselho de cultura. 

Ela estava acompanhada de uma galera jovem e muito bonita formada por bailarinos da Escola de Dança Adriana Miranda. 


Caracterizados os bailarinos dançam quando recebem a doação.
Silmara me surpreendeu informando que os adolescentes tinham conquistado uma apresentação especial no festival de dança mais importante do país, o de Joinville, mas que a trupe não tinha recursos para financiar o transporte e o breve tempo que participariam daquele rico encontro de representantes da dança de todo o mundo. Na verdade, o grupo corria com um Livro de Ouro solicitando doações para o pagamento das passagens. 
Fiquei pensando o quanto de talento que esta Duque de Caxias e a Baixada tem e que se perde pelas limitações de  recursos. Este é mais um dos exemplos da diferença entre o fazer arte burguês e o proletário, as dificuldades são maiores para nós, mas, também, nos mobiliza para conseguirmos vitórias coletivas que são se transformam em memórias afetivas cheias de orgulho.
Peço aos amigos, alunos, companheiros, artistas e simpatizante das artes que ajudem estes jovens a viver este sonho com altivez e dignidade. Nossos talentos são muitos e devem ganhar o mundo.

  
Fonte: joiville.sc.gov.br

Para ajudar na compra das passagens e estada dos dançarinos doe:

Banco Itaú
Agencia: 0405
C/Poupança: 42832-7/500
Data limite de depósito: 15/06/2016

Fonte: G1.globo.com


terça-feira, 24 de maio de 2016

Conferência Municipal Extraordinária de Duque de Caxias


Foto: Eduardo Prates
A Conferência Municipal Extraordinária de Duque de Caxias foi um grande marco, em meio a crise detonada pelo governo Temer na área da cultura com o fim do Minc, da resistência e do poder de mobilização dos atores sociais de Duque de Caxias e da Baixada Fluminense. 
A cidade se posicionou frente ao governo usurpador e, sobretudo, ampliou o debate da participação dos movimentos sociais, dos agentes culturais e da sociedade em relação a cultura do município.
Os representantes da secretaria de cultura tiveram um papel fundamental na organização dos trabalhos e na garantia da participação democrática. 
Temos que avançar neste e em outros aspectos fundamentais da cidade, tais como: transporte e mobilidade urbana, plano diretor e um modelo de cidade mais justa e participativa, transparência pública e participação no orçamento, maiores investimentos em educação e saúde no terceiro e quarto distrito da cidade. 
Foto Clara de Deus
Queremos uma cidade transparente, participativa e capaz de ofertar serviços de qualidade e periódicos em todos os distritos.





https://www.facebook.com/culturabf/videos/180861668975828/?__mref=message_bubbleConferência Extraordinária de Cultura de Duque de Caxias

quarta-feira, 4 de maio de 2016

SE CAXIAS FOSSE NOSSA

Este é um dos debates mais interessantes sobre a minha cidade, Duque de Caxias, e eu queria muito participar, mas por razões profissionais não poderei ir. Acho os convidados ótimos e sinto profundamente não conseguir estar presente para dividir minhas angustias e ideias sobre uma cidade que eu e muitos amigos desejamos. No entanto, deixo aqui alguns questionamentos que considero importante para contribuir no debate e, se estivesse presente, levaria para análise dos presentes:
1) Qual a relação entre o alto Orçamento Público de Duque de Caxias e a reprodução de governos ligados aos setores de transporte, saúde e serviços públicos?
2) Porque independente de quem esteja no governo, o Orçamento da cidade é uma caixa preta e não é acessado pela sociedade e por instituições sociais organizadas?
3) Além do Orçamento, por onde passa as formas de reprodução do poder na cidade? Na Câmara dos Vereadores? No domínio dos órgãos de execução das leis municipais? no Empresariado
Local ou nas grandes empresas sediadas no município?
4) Em um cenário de crise e golpe político, qual a disposição das forças de esquerda de conversarem em função de projetos aliados e conjuntos em prol de uma sociedade mais justa, democrática e livre para afirmar princípios em defesa da humanidade?
5) Têm uns dez anos que fiz esta pergunta aos meios alunos da Figueira, CIEP 340, e, também, aos alunos do Irineu Marinho no Centenário: Se Caxias fosse sua o que você faria?
As respostas foram múltiplas e todas muito interessantes. Porém, elas demonstravam claramente que os meus alunos viam cidades diferentes e que correspondiam a realidades diversas. Em ambos os bairros eles não se sentiam cidadãos ou muito menos como sendo pertencente a cidade. Se viam como jovens de bairros pobres e carentes de tudo.
São muitos os desafios para transformar a nossa realidade em um cenário mais justo e igualitário:
- Integrar a cidade através de mecanismos de participação mais efetivos;
- debater amplamente o Plano Diretor através das audiências públicas; 
- debater instrumentos como o IPTU progressivo;
- exigir como compromisso do próximo gestor a revisão das planilhas dos custos dos transportes públicos;
- reivindicar creches e escolas públicas em condições do exercício da educação em todos os distritos;
- revisão da gestão e dos contratos dos serviços públicos orientados, historicamente, pelos interesses empresariais;
- apontar para os movimentos de moradia e das dificuldades do acesso a terra na cidade;

Devemos defender medidas que democratizam a cidade, que é periférica, mas que, também, é uma potência econômica, e que reproduz a lógica de segregação de centro e periferia para os bairros mais pobres e distantes, carentes de infraestrutura e serviços básicos de atendimento a população.
Acredito que tenha chegado o momento de alargarmos a articulação de uma frente ampla para discutirmos a cidade que queremos.

Respeito muito todos os debatedores e desejo um bom debate e que tudo que seja falado tenha reflexo na vida dos cidadãos de nossa cidade.

ASSISTA:

quinta-feira, 28 de abril de 2016

O dia da Baixada: duas estagiárias e um idealista

Corria a virada dos anos noventa para dois mil quando conheci o professor Paulo Manhard, confesso que a primeira impressão foi muito engraçada, no meio das conversas ele tirava uma leve cochilada.
Já tinha estado com ele em anos anteriores por conta do movimento estudantil e do Instituto de Educação Roberto Silveira, que, também, abrigava a faculdade de pedagogia da UERJ na Baixada. Esta história por si só é uma longa história. Porém, estava morando ou frequentando a Vila São Luís quando decidiram transformar um CIEP da Vila na faculdade de Educação da Baixada Fluminense.
Para época foi mais que um reboliço, foi uma conquista e é uma das mais importantes da Baixada. De novo confesso, que apesar de estar tão próximo de tudo que via, ainda era muito envolvido com a UFRJ - que sempre foi uma espécie de casa para mim, literalmente. Fui um alojado e, portanto, carrego os prazeres e desprazeres de ter esta instituição em mim. Foram anos prazerosos de aprendizagem e vida. E não via o quanto a UERJ ocupava, conforme a visão de Darcy Ribeiro, a Baixada, a Região Metropolitana e interior do Rio de Janeiro.



Mas... seguia a primeira turma de pedagogia da FEBF quando, a minha companheira da época, passou no processo de seleção do PIMBA. Fiz parte do primeiro processo de seleção deste núcleo de pesquisa, mesmo não estando ali tão próximo, mas na época ninguém sábia o que seria aquela ideia louca, muito menos o professor Manhard, que sempre muito sensível para a Baixada, percebia ali uma espécie de germe que daria enormes frutos. O Educador tinha ideias e, as vezes, dormia falando delas, mas elas se germinavam por pessoas e lugares.
Digo que participei porque desde o processo de seleção até entrar as primeiras duas estagiárias estava acompanhando de perto e, também, de longe tudo que acontecia. E no linguajar popular, engoli barriga, para o turbilhão que é a Baixada nos dias atuais.
Na verdade, o professor Paulo, ao perceber que era possível aprovar uma linha de pesquisa e extensão, e foi aprovado, começou a selecionar alunos que pertenceriam ao PIMBA. 
As duas que mais se destacaram na época foram a Tatiana Rodrigues e Carla, que não lembro o sobrenome, mas era muito dedicada ao que fazia.
No entanto, as duas não tinham um envolvimento maior com os movimentos da Baixada, a não ser pelo fato de serem da própria baixada - e isso, naquele momento no qual uma ideia nova era tão difícil de ser compreendida, já era muito. E elas colaboraram no processo de seleção e, também, passaram na seleção. Uma vez constituído o PIMBA e realizado todos os processos administrativos e acadêmicos, o que fazer? 
Era uma dúvida para elas e uma espécie de certeza do professor.
Confesso, mais uma vez, que achava que o professor até reconhecia que havia mais possibilidades, mas em sua tranquilidade e espírito amigo, permitiu que as meninas dessem início a algo que seria não apenas novo, incerto, mas fundamental para construção de uma nova história da expressão e educação nas periferias do país.
Tatiana um dia chegou em casa e me agradeceu pelas informações que tinha dado, pois ela fazia parte do PIMBA. E a ideia fundamental era construir uma espécie de grande rede do que havia na Baixada. Falei com certo desconforto que não tinha feito nada, até porque, realmente, havia feito muito pouco em comparação aos amigos e companheiros que já vinham em se posicionado em uma guerrilha pela Baixada.
Eu estava mais para o Rio e com o sonho da possibilidade de um filho de empregada doméstica ser um acadêmico. Belford Roxo, Nova Iguaçu e Caxias era meu mundo real, não via políticos, gestores e muitos movimentos com uma imagem legal. Prefeitos do amor e da morte estavam ligados ao mandonismo local. 
Via, mas não tinha a compreensão do que acontecia naquele momento. Muitos amigos resgatavam e reconstruíam histórias, cantavam músicas e sambas, ensaiavam peças, desejavam fazer filmes e realizavam. 
Parte do que apontei para o primeiro encontro do Dia da Baixada foi feito, mas elas descobriram muito mais.
Foi muito bonito quando as meninas da Baixada falaram das suas descobertas e quantas pessoas estavam com a percepção de que as histórias, culturas, as gentes e seus conflitos e conquistas queriam falar. Havia um cenário de ebulição e muitas mudanças ocorriam.
O balanço do evento foi dividido em dois momentos: o primeiro, com o professor Paulo, que dormiu diante dos relatos das meninas – não porque desprezasse ou quisesse, mas por uma contingência de saúde, - e percebeu que plantou a semente e outro na minha casa.
Lembro quando em meu 486 e na velha lexmark, fizemos o release do Dia da Baixada. As meninas ligando, caçando, procurando e convocando as pessoas para o evento que marcaria uma data especial para reconhecer o que estava sendo feito por aqui.
A ingenuidade delas demonstrava claramente o quanto o professor Paulo não queria situações viciosas e estava acreditando em pessoas que podiam aprender a reconhecer o que éramos naquele momento. 
Elas, por sua vez, se defrontavam com seus conflitos e preconceitos, se viam como moradoras e pessoas da Baixada. E era difícil admitir isso.
É importante falar que a Carla era uma jovem negra, muito bonita, e queria ser modelo e que sonhava sempre em alçar lugares, pessoas, para além do lugar que morava.
Tatiana - por sua vez - tinha uma formação, passionalidade e elegância - se é possível conviver as duas coisas - que estava sempre para além da Baixada e de todos os lugares.
Mas elas conseguiram. Foram atrás das pessoas, ligaram, assumiam que eram estagiárias e não sabiam bem o que queriam, e construíram os elos que o professor Paulo percebia que havia em tudo que era produzido naqueles dias.
Eu, como de praxe, não pude viver todo o momento porque tinha meus alunos e aulas para dar - naquela ocasião - no Rio. E senti profundamente quando elas, em minha casa, comemoram cada pequena conquista em uma UERJ que passava por muitas dificuldades: nde seria impresso os cartazes? Os contatos seriam feitos por qual telefone? Os relatórios, as exigências, as disputas internas de entregas de documentos nos prazos? Quem responderia pelas bolsas e pelos pareceres? Como ficaria a futura eleição da gestão da Unidade de Educação?  
Naquele tempo arquei com pequenos e satisfatórios custos e percebi o quanto, para aquelas duas meninas foi importante ter a certeza daquela realização.
O professor Paulo, naquele momento, amargava preocupações políticas de tudo que era novo e queria ter à certeza que seus companheiros abraçariam a Baixada, como ele.
Havia muitos sonhos, muitas perspectivas que estavam para além da FEBF e que não estavam comprimidas ao cenário da Baixada.
A FEBF não era a consolidação da UERJ em Caxias. A FEBF estava nascendo com um compromisso com o lugar, com o território, com as ideias e tudo que somos nós.
Muitos companheiros de hoje passaram e estão por lá. O sonho do professor Paulo e de muitas pessoas que passaram pelo Roberto Silveira e pela Faculdade de Educação da Baixada Fluminense é vívido e tem transformado vidas.
De fato, o Professor Paulo Manhard merece um reconhecimento como um educador que sonhou em ver a educação se firmar por aqui, por nossos sertões que se levantam com o tempo.





quarta-feira, 20 de abril de 2016

Uma rosa para Dilma

A presidenta teve acertos e erros, como todos os seres humanos, mas sua honestidade é reconhecida por amigos e adversários como ímpar. Como liderança de um país ninguém quer contabilizar erros e o que se espera é o somatório dos acertos, mas o jogo político e econômico é marcado por altos e baixos e o que define sobre quem fica ou sai é a base que constrói ao longo do tempo. Se esta base política faltou a presidenta, não tem faltado manifestações de carinho e até gestos de quem está, aos poucos, recobrando uma certa lucidez.
Givaldo Barbosa / Agência O Globo

Infelizmente os ativos eram podres e o que foi um dia à sustentação do governo virou um teatro de bizarrices com deputados traindo a presidenta em nome de Deus, dos filhos, dos netos e da família. Os interesses privados sobrepôs, mais uma vez, aos interesses públicos e o clientelismo e o voto de cabresto foi exposto como uma ferida aberta e fétida de nossa estrutura política alimentada por um congresso que reproduz vícios de cima para baixo e de baixo para cima.
Jornal de Brasilia.com.br

Passado o calor do golpe midiático vejo crescer o número de pessoas que agora reconhecem o exagero da flagelação que fizeram com a senhora presidenta e cresce o número de cidadãos que a reconhecem como uma mulher digna e guerreira. 

Queria está em Brasília é dividir o ato de carinho e consideração e dar-lhe uma rosa vermelha.


Vejo muitos amigos preocupados em amparar e dar força para esta presidenta que é um exemplo para muitos homens que não conseguem manter princípios éticos, como ela o faz. 

Tenho a impressão que cresce um tipo de esperança saudosista no qual um número maior de pessoas que julgaram, xingaram, falaram mentiras, tiveram raiva e ódio, sem saber o que estavam fazendo, caiam em si sobre a violenta e brutal discórdia que alimentaram no país.

Ontem um professor amigo, que era a favor do golpe contra a Dilma falou-me: 
"Prates acho que defendi uma causa errada. 
O Eduardo Cunha quer se livrar da cassação e já mobilizou os deputados para conseguir um perdão para seus crimes e continuar como presidente do congresso. 
O Temer está negociando o fim das investigação e vai trazer o Armínio Fraga, que defende o congelamento de salário do setor privado e público. Hoje vi que o programa do PMDB, Ponte para o Futuro, fala em muitos cortes para às áreas sociais e educação..."

Enquanto o meu colega falava, eu observava... Pareceria eu falando semana passada. Para ele a ficha caiu após o fim do lisérgico midiático. Para muitos, quando os "cortes na carne" começar a sangrar os limites do consumismo alimentado ao longo destes doze anos, talvez se coloquem na posição de negação ao que apoiaram.

Tenho esperança que muitos e muitos cidadãos comecem a retomar o estado de consciência mediano que molda o comportamento das sociedades. 

A imprensa internacional se pergunta porquê do Golpe e faz escárnio da imagem do congresso nacional e se perguntam como o país entrou em tal estado de transe para deixar que criminosos com passagem pela polícia e outros respondendo a processos por corrupção afastaram uma presidenta sem qualquer prova ou justificativa plausível.

Analistas estão levantando os crimes dos parlamentares que falaram em nome de Deus e da honestidade. Alguns apontam que mais de 70% dos deputados que falaram SIM respondem por algum tipo de ato ilícito, em alguma das esferas da gestão pública (municipal, estadual e federal). 

O levantamento está sendo realizado e, em breve, sairemos com o mapa dos desonestos que falaram em nome de um Brasil sem corrupção.

Por outro lado, a irresponsabilidade do chefe do congresso e a sanha pelo poder, o fez prender a pauta do governo. Não se vota nada e o país segue acumulando problemas. A fatura que será entregue à sociedade tem origem neste encilhamento em que a rapinagem do congresso colocou o governo.

O Senador Renan Calheiros e suas contradições pessoais, que agora sofre pressão de todos os lados, têm lastros de vestígios de pouca probidade arquivados pelo delinquente que preside o congresso. Calheiros segue em banho maria esta semana de feriado e sinaliza que entregará a cabeça da guerreira aos líderes dos partidos na semana que vem. Renan quer lavar as mãos e deixar para os senadores a decisão. Chamou o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski para garantir a legitimidade dos passos seguintes.

Os próximos passos serão suaves e, como o FUNK da moda, se mostram tranquilos e favoráveis para parte dos representantes do congresso ligados aos interesses da terceirização, da bancada da bala, dos transgênicos, dos grileiros e ruralistas e tantos outros que falam em nome de Deus, da FIESP, do empresariado que sonha com a quebra de leis trabalho, com o fim seguridade e de muitos direitos dos cidadãos. Segue a barca que conduzirá a destituição da presidenta e as altas faturas a serem pagas pela sociedade.

No entanto, ainda tenho esperança que os efeitos do chá lisérgico e midiático tomando por parte de nossa nação passe logo e que muitos recobrem a oblíqua consciência mediana.

Enquanto isso não ocorre, flores a Dilma.


    

Reflore-se para a Vida



A luta é grande e ocorre em diversas frentes. Este movimento é um dos mais bacanas que tenho participado. 
O Reflore-se é um movimento que tem por objetivo recuperar áreas públicas de nossa cidade. As ações são pontuais e envolve outros movimentos e cidadãos em busca de um processo de transformação pessoal e de toda a sociedade.
Neste fim semana fizemos uma ação em Santa Cruz da Serra (Duque de Caxias), na rua do Carvão, esquina com a Automóvel Clube. Entrada do Barro Branco.

O movimento acabou por receber diversas denúncia da comunidade. A mais grave é que, além do aumento da violência e do abandono do poder público, existe uma mina de água que está sendo explorada de forma indiscriminada e que já está afetando a vida dos moradores que só tem o poço artesiano para ter água.
 
O Rio Lílico está morrendo.
A denúncia é grave e exige a presença de fiscais municipais, estaduais e federais.
Moradores informaram que há um deputado federal explorando a área também e que uma das indústrias dele na área já foi fechada, mas ele tem explorado a região. 
Parte da água está sendo envazada em garrafas com diferentes marcas e galões de vinte litros.
Os caminhões pipas que saem da mata serve para atender parte do empresariado local e, também, prédios públicos. A população aponta para inúmeros crimes sendo realizados na região, mas que havia riscos de realizarem denúncias as autoridades locais porque é de reconhecimento público os problemas que existem ali.
O Reflore-se realizará novas ações com o objetivo de recuperar e revitalizar áreas públicas.
Venha Reflorescer você também.  





Educação ambiental e preservação.









Recuperar áreas degradadas 

 Áreas pública não são lixão, mas podem ser praças e espaços de lazer e arte.


Revitalizar e chamar atenção para as áreas verdes. O Rio Lílico está sendo degradado e morto.

Reciclar, Reutilizar e Reduzir.


O esforço de cada um é o esforço de todos nós!


 

Orçamento da Cultura da Baixada Fluminense: fomento, produção, difusão e circulação da cultura na BF Levantamento, análise e relatório de in...