sábado, 2 de fevereiro de 2019

TEMOR BOLSONARIANO


Eleição no senado pode decidir a vida da família Bolsonaro. Senadores podem seguir a ponte de dinheiro construída por Paulo Maluf até a Suíça, caso Renan Calheiros não seja eleitor presidente do Senado.. 

O destino do senador Renan Calheiros, MDB/AL está mais entrelaçado com o futuro dos Bolsonaros do que a imprensa pode revelar.

Foto: Jorge William / Agência O Globo
Ontem, no acalorado debate entre os senadores, alguém gritou que há evidências que a família Bolsonaro têm mais de duas centenas de milhões em cofres na Suíça e que ficaria difícil explicar tanto dinheiro, por isso era importante a votação para presidência da casa ser fechada logo. 
 
Está clara a pressão sobre o Senador do Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, PSL/RJ, envolvido com o escândalo dos assessores que depositaram parte do pagamento em sua conta, sobretudo o Queiroz. Enquanto o filho de Bolsonaro assinava a posse de seu mandato outros senadores gritavam, "E o Queiroz?! E o Queiroz?!" Este fato revela não apenas um grande desrespeito ao senador, mas o início de um processo de cobranças públicas que podem levar até seu pai, o Presidente da República.

Alguns familiares de senadores afirmaram que foi constrangedor para todos ver o nervosismo de Flávio que, após o ritual se isolou em seu gabinete saindo da mira das perguntas e dos olhares de todos os presentes.

Onyx Lorenzoni (DEM/RS), que perdeu a disputa para Rodrigo Maia (DEM/RJ) pela Presidência da Câmara dos Deputados, é o estrategista para mudar às regras do Senado para emplacar um senador do Baixo Clero, Davi Alcolumbre (DEM/AP), de pouca expressão no parlamento e fácil controle pelos governistas.

No entanto, Lourenzoni corre o risco de dar com os burros n'água já que, se Renan perder, a bancada que o apoia e a oposição podem pedir uma CPI contra Flávio Bolsonaro, que tem metido os pés pelas mãos e cometido muitos erros políticos antes de assumir o senado como pedir o arquivamento da investigação sobre o caso do seu assessor, Queiroz.

E cresce o número de senadores e políticos dispostos a revelar provas dos caminhos que levam aos bancos suíços e que Bolsonaro tenha trilhado nos 20 anos que foi colega de Paulo Maluf do PP.

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Se Renan Calheiros ganhar à presidência da casa, estará mais alinhado com as reformas neoliberais do superministro da Economia, Paulo Guedes,  do que com os desejos do Ministro da Justiça, Sérgio Moro. Moro será lembrado, por Renan, que para começar a caça aos corruptos deverá colocar a limpo a situação de Flávio e de toda a família Bolsonaro.

Por outro lado, Onix Lorenzoni pode está cavando ainda mais seu sepultamento como líder e estrategista do governo na câmara, já que atropela a tentativa do presidente Bolsonaro de fazer um acordo com Renan Calheiros para conquistar a presidência do senado em troca da paz de Flávio Bolsonaro. O presidente pediu socorro aos militares para pressionar o Presidente do STF, Dias Toffoli, quem tem obedecido todas as orientações de seus assessores militares.

Imagem: Dida Sampaio/EstadãoConteúdo/noticias.uol.com.br
Partidos que já tiveram grande força no senado, como o PSDB e o PT, estão perdidos. O primeiro, porque percebe que terá que se unir ao PSL e ao DEM para conseguir lugar na mesa diretora. O outro porque terá que se unir a Renan para não ficar, ainda, mais fragilizado no senado, correndo o risco de perder em
todas as votações.

Aguardemos os desdobramentos da disputa entre a velha política de rapina e a moderna política de pilhagem no senado.

                                                                                                         Eduardo Prates

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