sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Ideias para transformar o presente


Está é mais uma das iniciativas para a construção de cidades mais justas, democráticas e dispostas a enfrentar os inúmeros problemas sociais e econômicos que marcam o território metropolitano. Da Zona Oeste do Rio de Janeiro, passando por Santa Cruz, Campo Grande, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Belford Roxo e Duque de Caxias na Baixada Fluminense, até o outro lado da Baia de Guanabara, com São Gonçalo e Itaboraí, a Região Metropolitana vivencia problemas comuns de dificuldade de acesso a água e ao esgoto, de especulação imobiliária até grupos de extermínio, milícias e tráfico de drogas, de faltas de políticas públicas para o incentivo as manifestações culturais. O cenário das administrações locais é marcado muito mais pelo cerceamento e conservadorismo, quanto à participação da sociedade na gestão dos problemas da cidade, do que em práticas que estimulem o acesso democrático a cidade.

O massacre imposto aos milhões de usuários de um sistema de transporte caótico, caro e concentrado nas mãos de apenas um grupo empresarial, e que se articula aos poderes públicos de forma obscura, e que é beneficiado por pouco controle da qualidade de serviços, dos preços das tarifas, da pontualidade nos horários, do número de veículos de transporte.


O adensamento populacional tem consolidado ainda mais problemas de infraestrutura urbana e de prestação de serviços essenciais a dignidade e a cidadania, tais como a saúde, a educação, a assistência e ao lazer.
A região não consegue integrar suas políticas públicas e perceber que os problemas são maiores que cada município e que precisam de articulação das ações no que toca, por exemplo, a falta de leitos para atendimento à saúde pública. São poucos os postos de saúde, hospitais municipais, clínicas especializadas e programas de saúde preventiva. 
O mesmo ocorre com a Educação. No entanto, nesta área, em função de não ter uma visibilidade impactante como a do sangue jorrando de uma cabeça, de um bebê nascendo na porta da maternidade, de trabalhadores se acotovelando para entrar em um ônibus,... é no ensino, ou na falta dele, que estes problemas estão se adensando mais e comprometendo gerações de cidadãos que amargam índices de desempenho em avaliações do IDEB e nos relatórios do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PIZA) os piores rendimentos do mundo. A baixíssima qualificação de nossos estudantes de ensino fundamental e médio compromete diretamente sua cidadania, pois não conseguem se inserir no mercado e galgar postos de trabalho com maior nível de formação e melhor remuneração.

Como fruto deste cenário, cresce o número de indivíduos, grupos, coletivos, fóruns, sociedades, instituições que se mobilizam para a construção de novas arenas públicas de decisão sobre as cidades e a região metropolitana.
Em pauta está: o debate sobre os planos diretores, o orçamento público, a representação política, o autoritarismo e conservadorismo das máquinas públicas e gestores locais frente aos avanços e exigências de novas regras federais quanto às questões sobre: cultura, conselhos, participação política, controle social, publicização da coisa pública e fortalecimento dos espaços de exercício da democracia.
As cidades e a Região Metropolitana devem ser pensadas e reivindicadas por todos aqueles que transformam seus problemas em soluções coletivas para o presente. Neste território, o Futuro e os Direitos devem ser conquistas do agora!  


Eduardo Prates





Casa Fluminense

O 3º Fórum Rio está chegando! O encontro acontece no Centro de Formação de Líderes em Nova Iguaçu, no dia 29/11, de 10h às 16h, e traz para discussão políticas públicas em segurança, mobilidade, Baía de Guanabara, cultura e gestão metropolitana.

Mais de trinta instituições da sociedade civil fluminense co-realizam o evento, desenhado pela Casa Fluminense como um espaço voltado para visibilizar lutas e estimular articulações entre os vários grupos que atuam para ampliar a democracia, enfrentar as desigualdades e estimular o desenvolvimento sustentável no estado do Rio de Janeiro. Confira a programação completa e inscreva-se: http://casafluminense.org.br/3forumrio/



terça-feira, 25 de novembro de 2014

A música traduz a força de um povo


Acabaram-se as eleições e a sociedade brasileira deu uma demonstração que está disposta a mudar. Cobrou de que quem está no governo e da oposição. Mostrou nos votos quer continuidade das políticas sociais, mas quer, também, punição aos atos de corrupção, acesso as informações e crescimento econômico com justiça social. Muito será mudado no Brasil e todas as transformações deverão passar por este processo de aprendizagem que é a presença da sociedade nas arenas de decisão. Não se constrói uma nação livre, autônoma e consciente sem o constante exercício de participação nas disputas pelo poder. Eleições livres para diretores de
escolas, Orçamento Participativo, plebiscitos e consultas populares são práticas que educam uma população e promovem o controle social da coisa pública. Transforam um país em uma República.


O clima eleitoral confundiu muitas cabeças que não perceberam o que estava por trás das propostas e projetos dos partidos e candidatos. E este fato expôs uma ferida de nossa sociedade. Esta eleição trouxe à tona, mais uma vez, um dos aspectos mais constrangedores e complexo da hegemonia do capital e da intolerância daqueles que, durante quinhentos anos, estiveram no poder sujeitando com preconceito e escárnio homens e mulheres que deram suor, força, esperança, criatividade, amor, cultura, inteligência, história, sangue, tradições e fé a esta nação: o povo brasileiro.
Com uma linda música, em resposta ao preconceito, veio de Minas Gerais, mais uma vez, na voz e de autoria de Vander Lee, os votos para mudar o Brasil. 

Eduardo Prates


https://www.youtube.com/watch?v=oe5ElJcnMyU

quinta-feira, 13 de novembro de 2014



Obrigado Leandro Konder!!!

Foi no colar do movimento estudantil no final dos anos oitenta que caiu sobre as minhas mãos o primeiro livro que li do Leandro Konder: Marx: Vida e Obra. Era um garoto de 14 para 15 anos que trabalhava no centro do Rio como aprendiz de Lapidário. Era, também, um dos integrantes do Grêmio do Impacto (atual Alfa) e fazia curso de Teatro no Procópio Ferreira (Teatro da Câmara em Duque de Caxias) e carregava um entusiasmo impressionante em meus pés que levavam-me pelos longos andadões. Quando somos garotos acho que a coragem e a memória são carregadas nos pés. Anos de muitas descobertas.  Nas horas extenuantes que passava dentro dos coletivos que me levavam de Belford Roxo a Central do Brasil aproveitava para ler tudo que podia e me emprestavam. Lembro-me que quando comecei a ler Marx: Vida e Obra, do Leandro Konder, me sentia o maior especialista em Marx que poderia existir e com todas as dificuldades de oratória que tinha, saia tentando explicar as ideias do pensador alemão. A leveza, e ao mesmo tempo a instigadora forma de seduzir o leitor incauto, que o Leandro Konder tinha usado naquele espécie de manual para iniciantes havia provocado uma curiosidade tamanha naquele menino-homem que trabalhava para pagar os estudos e ir ao cinema. Logo após terminada a leitura, dei uma sequência aleatória que me fez mergulhar no Manifesto do Partido Comunista, A história das tendências no Brasil, Brasil Nunca Mais, as biografias de Lênin, Trotsky e Rosa Luxemburgo; 1968, do Zuanir Ventura e algumas obras de Bakunin e Mayakovski. No correr da agenda política daquele período, em minha mente formava-se uma tempestade de ideias, ideologias e atitudes em relação ao mundo que me conduziam a uma compreensão dialética da realidade contraditória na qual estava mergulhado: a pujança da violência, as fraternais e miseráveis espécies humanas que me empurravam ao penhasco da vida, a criativa força de sobrevivência dos amigos que se amotinava em trincheiras revolucionárias de pequenas conquistas, a multidão que espremida em blocos são vividos zumbis que reproduziam o capital e eternizam sonhos nos ir e vir dos trens e ônibus que deixavam a Baixada Fluminense em direção a Leopoldina, Central do Brasil e a Praça Mauá. Diariamente me deparava com uma realidade material dispare entre os morros do meu bairro “Mata muleque”, em Belford Roxo e a Rio Branco dos Edifícios. Percebia que o capital ou a falta de divisão dele dilacera vidas. Tenho sulcos em minha mente abertos pelo arado dos livros que li entre os anos de 1988 e 1989. Deixaram trilhas expostas que continuam a sangrar por uma sociedade igualitária, consciente e emancipadora do homem. Obrigado Leandro Konder!
https://www.facebook.com/chicoalencar/photos/a.220261591409433.36789.184693888299537/582269411875314/?type=1

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