Eparrei Oyá
“Êparrei Iansã, Êparrei
Bela Oyá que seus ventos sempre tragam felicidade e alegria e afaste toda a
tristeza de nossas vidas!”
O filme O Pagador de
Promessas de Anselmo Duarte, baseado em obra de Dias Gomes, é ainda hoje um dos
mais importantes da filmografia brasileira e o único ganhador da Palma de Ouro
no Festival de Cannes. E também foi o primeiro filme da América do Sul a ser
indicado ao Oscar de Melhor filme estrangeiro, na edição de 1963.
A questão central está
ligada a terra e o sofrimento do sertanejo e tem como argumento e tensão o
poder de Oyá em curar um animal e a não aceitação das tradições de matrizes
africana.
O personagem principal
"é dono de um pequeno pedaço de terra no interior da Bahia. Seu melhor
amigo é um burro chamado Nicolau. Quando este adoece, ele não consegue fazer
nada para que o animal melhore, então faz uma promessa a uma Mãe de Santo de
Candomblé: caso o burro se recupere, promete que dividirá sua terra igualmente
entre os mais pobres e carregará uma cruz, desde sua propriedade até a Igreja
de Santa Bárbara, em Salvador, onde a oferecerá ao padre local. Assim que seu
burro se recupera, Zé dá início à sua jornada."
Importante lembrar que Oyá,
que recebeu de Xangó o belo nome de Iansã - radiante como o entardecer-, não é
Santa Bárbara. A força do sincretismo fundiu estas duas mulheres, mas os ventos
e raios de Iansã não podem ser confundidos com o raio de Santa Barbara. A força
de Iansã como mulher guerreira, independente e que dá segurança São mulheres
diferentes que alimentam nossos espíritos.
O Rei admira sua rainha que
é bela, como os raios que cortam de laranja e vermelho o céu do fim do dia.