SEGUNDO TURNO: CADÊ O PROJETO DE PAÍS?
Olá amigos, mas há vácuo fundamental que é o Projeto de
Estado. Percebo que no clima da eleição são poucas as vozes que cobram de um
lado e de outro um projeto de economia, sustentabilidade, tecnologia, educação,
entre outras questões estruturantes. A janela de oportunidades está se fechando
e o capital disponibilizado no país está despertando a avidez internacional.
Neste sentido, vemos que a eleição está sendo tratada como uma
questão de conjuntura desde o ano passado. E para ambos os candidatos existe
uma pauta imediata que serve para chamar atenção daqueles que se focam no
incêndio. Está lógica deixou a Dilma e o PT refém do próximo escândalo,
enquanto o Aécio e o PSDB se esforçam em aproveitar o clima de denúncia e
crescente insatisfação da classe média com a áurea de corrupção que se instalou
na cabeça do PT. Existe um ponto comum entre os dois lados que é pouco
analisado que é o fato de que parte dos financiadores da campanha da estrela e
do tucano serem os mesmos. E neste aspecto, talvez, os financiadores que não
são comuns aos dois lados, aqueles que conseguiram particularizar seus
interesses e acordos ao apoio de cada partido, possa determinar o resultado
eleitoral com o volume de recursos disponibilizados para alimentar este pleito
onde o sangue é mais vermelho... nos milhões de cabos eleitorais que bombeiam
um tipo de oxigênio fundamental a política: o voto. Nas mãos de lideranças
locais, vereadores, deputados estaduais e federais estarão milhões de filipetas,
santinhos e "colas" que determinaram o voto dos indecisos, dos
descontentes, do sujeito que afirma que "não imagina" em quem vai
votar.
Dos boletins eletrônicos e na consolidação da virtualidade dos votos
sairá o resultado da oposição entre as pesquisas e máquina eleitoral que
funciona nas ruas, na poeira dos que saem correndo atrás do eleitor e não perde
o voto. Na noite de domingo a população brasileira acompanhará uma espécie de
drama novelesco na qual o seu desfecho estará carregado de paixões, dinheiro,
traições, votos e duas opiniões: aqueles que acham que a "mocinha" é
a líder dos bandidos e daqueles que consideram o "vilão" uma espécie
de herói. Enquanto todos aprenderemos um pouco mais o valor da democracia, a
questão do projeto de país, talvez, será adiado, mais uma vez, porque será a
hora de pagar a fatura do jogo. Importante lembrar que os donos das bancas
nunca perdem e que os apostadores sempre têm que deixar mais do que levar. Em
meio ao custo alto que a sociedade tem pago na falta de um projeto de país
festejamos a eleição de 2014 e a educação política do país.