quinta-feira, 27 de abril de 2017

Política da terra arrasada, pragmatismo e predação do Estado.


O cenário político nacional é amargo e está preso a dois problemas estruturais do país: o primeiro ligado diretamente aos efeitos da crise mundial que abateu a economia nacional , o que levou a uma profunda dificuldade de financiamento do Estado e de grandes investimentos do setor público nas áreas sociais; o segundo, está ligada a exposição dos vícios privados e públicos que se materializam em uma cultura da corrupção que passa por todas as instâncias da vida social no país e que ganha contornos catastróficos em meio a um cenário de crise estrutural.
Estes dois elementos permitiram e incentivaram o golpe de estado civil e parlamentar que, sob a égide de diversos interesses privados e de origem internacional reuniu argumentos institucionais e o capital social necessário ao impedimento da Presidenta Dilma Rousseff por parlamentares eivados por processos e com comprovada ficha criminal.


Após o golpe, o território da política nacional tornou-se terra arrasada, o que permitiu aos novos-velhos usurpadores e mandatários construir uma agenda política e econômica carregada de estratagemas com ações pragmáticas com objetivo de redesenhar o lugar da cidadania, do social e dos direitos.
O pragmatismo das ações passaram a dar sentido ao processo estratégico de encontrar um culpado para todos os males do país em um único partido e as operações com objetivo de plasmar as empresas públicas de problemas e deficiências com vistas a privatização passou a ser levada a cabo por políticos e gestores com pecados e interesses ainda maiores daqueles que foram arrebatados do poder. O cenário inicial do Governo Michel Temer, formado com uma cúpula de homens brancos e tarimbados pelos processos de corrupção, pela expertise de pedração do Estado e por membros representantes de grandes empresas do capital privado, era a demonstração clara que a inflexão abateria os interesses básicos da sociedade em decorrência da obscena disposição em levar a cabo reformas que atenderiam aos tão somente do empresariado em detrimento dos trabalhadores e de maior parte da sociedade.


A sanha de dilapidar o Estado encontrou dificuldades nos limites de capitais disponíveis a lógica de predação imediata e assim, os arquitetos políticos do processo de desmonte e expropriação do Estado brasileiro concentraram seus esforços em duas frentes: a primeira centrada na obediência a agenda neoliberal e aos desmonte das empresas públicas – sob os constrangedores argumentos do crescente prejuízo de empresas que tradicionalmente geravam lucros a nação; e o segundo, a diminuição dos direitos sociais com profundas mudanças na constituição cidadã de 1988 e a desregulamentação das leis trabalhistas com aprovação da terceirização, da flexibilização dos contratos, e a progressiva marcha sobre a seguridade social com impactos diretos em seus três principais eixos: a previdência social, a assistência social e a saúde pública.


O atual quadro de crise moral, política e econômica pelo qual passa a nação ganha contornos mais dramáticos no Rio de Janeiro, Estado que tem servido como laboratório de falcatruas e de todas as experiências possíveis de corrupção e que estende sua tecnologia de dilapidação da coisa pública para diversos órgãos e instituições em nível federal, estadual e municipal. No Rio de Janeiro, os mandatários corromperam o Tribunal de Contas do Estado, parte do Judiciário e leva sua tecnologia do crime para os municípios, empresas públicas e desenvolve direta associação com empresas privadas e o crime organizado.


Como efeito de tantas artimanhas praticadas pelos anos seguidos do ex-governador e operador de diferentes quadrilhas, Sérgio Cabral, e seu fiel escudeiro e atual governador, Luís Fernando Pezão, o estado fluminense está quebrado e com um deficit fiscal que supera a casa dos R$ 19 bilhões. A parceria dos governantes do Estado com o crime organizado, através de empresas de diferentes ramos, foi responsável pela montagem de esquemas de corrupção com superfaturamento de obras, projetos inacabados, desvio de verbas públicas, elisão, evasão e sonegação fiscal, além de incentivos fiscais a todo tipo de empreendimento, como joalherias e casas de massagens.
Como resultado de tantos atos ilícitos os salários dos servidores ativos e inativos do estado estão atrasados, foram sucateados e fechados diversos postos de saúde e unidades hospitalares, as instituições de ensino agonizam com falta de recursos e condições de desenvolver suas atividades pedagógicas de ensino, pesquisa e extensão, além de promover o completo desmantelamento da segurança pública e os sucessivos erros de uma política de segurança que tem promovido a conflagração de um cenário de guerra por todo o Estado.


O pragmatismo de nossos políticos não está ligado ao pragmatismo de Maquiavel e sua concepção de virtú do governante - como aquele que assegura a existência do Estado. A frase não dita por Maquiavel que “o fim justifica os meios” ganha contornos particulares e que se encaixam nas práticas de muitos políticos fluminenses e nos empresários que se aproveitam da coisa pública e penalizam o coletivo em função de seus interesses privados.

A sociedade bestializada com tantos desmandos têm dificuldade em reagir. No entanto, está mais do que na hora dos cidadãos começarem a se organizar entre familiares, amigos, grupos de estudo e pressão com o objetivo de controlar o poder público e dar uma nova moral ao pragmatismo neoliberal, tendo como objetivo regatar nossos valores éticos e nossa cidadania.

Artigo publicado no Jornal Imprensa em abril de 2017

O Serviço Social no Campo da Saúde

Aos meus amigos e amigas do Serviço Social, a UNISUAM está com uma ótima programação em relação a atuação do Serviço Social na área da Saúde.

As inscrições estão abertas!!!!

Em tempos de crise, período no qual as políticas públicas tornam-se ainda mais necessárias a sociedade em função do agravamento das contradições entre o capital e o trabalho, o serviço social acumula papéis fundamentais nos seus diversos campos de trabalho. Conhecer seus desafios, limites e perspectivas de atuação é importante não apenas para os profissionais da área, mas, também, para todos aqueles que atuam nas áreas sociais e de fortalecimento da cidadania.

I SEMANA DA SAÚDE 2017 - MESA-REDONDA: SISTEMATIZAÇÃO DA PRÁTICA DO SERVIÇO SOCIAL NO HOSPITAL GERAL DE NOVA IGUAÇU

I SEMANA DA SAÚDE 2017 - EXPOSIÇÃO DE CAMPOS DE ESTÁGIO

I SEMANA DA SAÚDE 2017 - EXPOSIÇÃO DE CAMPOS DE ESTÁGIO

http://aluno-ext.unisuam.edu.br/ambiente-extensao-aluno-atividades-oferecidas/detalhes-atividade/15312


segunda-feira, 3 de abril de 2017

Povo da Baixada sem Medo na Rua



Na Baixada Fluminense diversos coletivos estão se organizando e dando respostas ao rolo compressor do Governo Federal que vem arrancando diversos direitos, como o trabalho e a aposentadoria.


A nova lei da terceirização impõem graves derrotas aos trabalhadores e retira diversos direitos trabalhistas, o que em grandes impactos nas relações de contrato de trabalho. Já a reforma da previdência promove um grande retrocesso na política de seguridade social do país e sentencia a classe trabalhadora a exercer atividades laborais até o fim da vida.


 
Em meio há tantas mudanças constitucionais e derretas sofridas pelas classes mais baixas, jovens, coletivos culturais e novos movimentos sociais se organizam e articulam lutas e defesas de direitos. Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, estes movimentos debatem o nacional e o local e apresentam propostas para o cenário de violência, corrupção e descaso com a sociedade.

Parabéns para os organizadores da Aula Pública: O povo quer se aposentar antes de morrer.

Baixada sem Medo e RUA - Juventude anticapitalista.

Ótima participação de Rose Cipriano, Wesley Teixeira e Marcelo Freixo.

A inquieta juventude da Baixada tem muito o que falar.


E Viva o Povo na Rua sem Medo!

Orçamento da Cultura da Baixada Fluminense: fomento, produção, difusão e circulação da cultura na BF Levantamento, análise e relatório de in...